Multiplicador de Linhas de Assinantes

Entre as relações de parceria tecnológica da Parks S/A Comunicações digitais, empresa gaúcha especializada em informática para telecomunicações, destaca-se a realizada com o CPqD, antigo centro da Telebrás em Campinas (SP), privatizado e reestruturado em 1998 segundo a lei geral das telecomunicações. Com o CPqD a Parks desenvolveu o multiplicador de linha de assinantes, equipamento que permite a utilização de um par de linha telefônica convencional, de cobre por quatro assinantes. Com esse multiplicador, é possível fazer uma substancial redução do custo de investimento das companhias telefônicas, de 8 mil dólares para 2 mil dólares (custo básico de uma linha telefônica)”, explica Edgar Bortolini, diretor da Parks.

 

De fato, o multiplicador de linhas de assinante é um equipamento desenvolvido no CPqD no projeto de pesquisa aplicado em acessos e terminais públicos e que se propõem a reduzir o custo do acesso integrado para serviço de telefonia básica. “Através da combinação de duas tecnologias: transmissão digital e codificação de voz a baixas taxas, é possível explorar soluções de baixo custo para o oferecimento do serviço telefônico na rede de telefonia básica”, explica o engenheiro Edson Bortolini Júnior, pesquisador responsável pelo desenvolvimento do multiplicador por parte do CPqD. A proposta do projeto é aproveitar a planta de cobre instalada e multiplicar os pares de forma a instalar mais assinantes em um mesmo par.

 

Uma das técnicas de código de linha utilizada é denominada 2B1Q padronizada pela ANSI e escolhida como padrão de interface do acesso básico da rede brasileira. A tecnologia de compressão de voz permite que a voz, digitalizada, seja comprimida para taxas que variam de 64kbps até 2,4kbps. Atualmente existem circuitos integrados que implementam algoritmos padronizados mundialmente para taxas de até 8kbps como também para taxas inferiores, que ajudam na compressão de voz. O projeto teve início em julho de 1996 e encerrou em janeiro de 1997, quando teve início a comercialização. Até o momento, somente a Telest – concessionária de telefonia da região leste – adquiriu o sistema para 3 mil linhas no Espírito Santo.

 

“Acreditamos que o plano de expansão das telecomunicações, que prevê com a privatização, um total de 34 milhões de linhas telefônicas no país, no final de 2004 (hoje são 17 milhões), irá concorrer para a instalação de milhares de multiplicadores. Estimamos que o mercado potencial de pelo menos 250 mil linhas será multiplicado para 1 milhão dentro da meta estabelecida para as teles privatizados”, afirma Bartolini. Atualmente a Parks está buscando alternativas para aumentar a velocidade das linhas sobre o produto desenvolvido em conjunto com o CPqD. A tecnologia básica do novo produto pertence ao CPqD, de forma que a Parks possui uma licença de uso da tecnologia e paga royalties sobre o valor das vendas para o CPqD.

 

Fonte:

Tecnologia & Inovação para a indústria, Sebrae, 2003, página 182

acesso em agosto de 2003

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