Gesso Resistente

Os louros de um trabalho de três anos que resultou na criação de um gesso mais resistente e possível de ser fabricado de modo artesanal por pequenas e médias empresas chegou uma década mais tarde para os pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Unisinos envolvidos no projeto. “Estamos, agora (com a patente), aptos para procurar parceiros interessados em utilizar essa tecnologia”, comemorou o coordenador do PPG e do projeto, Claudio Kazmierczak.

Cerca de dez anos após a submissão, o pedido de patente pelo material utilizado e pelo processo de fabricação do mesmo foi recentemente aprovado e chama-se Material compósito resultante da incorporação de contraforte moído em matriz de gesso e processo para produção do material compósito. Traduzindo para uma linguagem mais acessível, a patente refere-se à incorporação de um resíduo sintético da indústria calçadista, o conforte (reforço que fica no cabedal do calçado, local onde geralmente se coloca a calçadeira) moído, em matriz de gesso, e ao processo de produção do tal compósito.

O projeto nasceu com o objetivo de encontrar uma solução para o problema apresentado pelo Centro Tecnológico do Couro, Calçados e Afins (CTCCA) da inexistência de um destino adequado ao contraforte, um resíduo bastante poluente da indústria calçadista. Aprovado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o estudo investigou diversos usos para o contraforte moído até chegar ao gesso.

“Fizemos, também, vários testes de caracterização do material e tivemos resultados excelentes. As partículas apresentam comportamento semelhante ao de uma fibra”, explica Claudio. Entre as vantagens, destaca-se o fato de o gesso ser mais resistente ao impacto, com características semelhantes ao do gesso acartonado, porém com preço mais baixo. “Além disso, há um caráter social, já que o nosso gesso é uma opção competitiva para pequenas e médias empresas frente às grandes multinacionais que produzem o acartonado”, pontua.

Todos as demais pesquisas do PPG em Engenharia Civil se inspiraram no modelo utilizado no projeto do compósito. Com foco em sustentabilidade e gestão de resíduos, o programa passou a firmar parcerias com empresas para, com a pesquisa, gerar soluções para o mercado. “Já temos outros estudos em andamento que resultarão na solicitação de patentes”, finaliza.

Fonte: 
http://www.juonline.com.br/index.php/mestrado-e-doutorado/14.09.2009/o-gesso-que-nasceu-na-unisinos/202f 
http://www.unisinos.br/semanact/index.php?option=com_content&task=view&id=178&Itemid=192&menu_ativo=active_menu_sub&marcador=192
acesso em setembro de 2009 
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