“Conector Unipolar Dersehn”

Conector unipolar Dersehn, consiste em dispositivo eletromecânico para ligação elétrica entre condutores, eliminando ou reduzindo fugas de corrente provocadas por emendas ou outros tipos de conexões. Possui terminais com braçadeiras de aço para torque superior de aperto, sem causar dano ou mutilação ao cabo flexível. Oferece maior área de contato sob pressão na junção de fios e cabos elétricos, promovendo contato mais abrangente e melhorando o aproveitamento na passagem da corrente elétrica. Admite condutor flexível ou rígido com seção nominal de 2,5 a 10 mm², operando com corrente nominal de 50 A e tensão nominal de 450 V. Indignado com a quantidade de emendas de fios que um eletricista fazia em uma das caixinhas de passagem de sua residência, João Carlos Sehn bolou um dispositivo múltiplo para acabar com aquele emaranhado na fiação.


Depois de dois anos de pesquisas, mil e uma perguntas (porque não era conhecedor sobre o assunto, pois na época trabalhava em um banco público e sua formação em economia sempre o levou a atuar em atividades econômico-financeiras), mais estudos sobre a viabilidade do projeto, elaboração de patentes, fabricação de maquinários, constituição de fornecedores, etc., etc., conseguiu enfim colocar no mercado, em março de 2003, o primeiro Derivador de Energia do mundo. 

O interessante foi que os comerciantes começaram a pedir mais e mais, não pela perfeita distribuição da corrente elétrica que o aparelho proporcionava às instalações, argumento de venda de João Carlos, mas pela eficiência que causava. Muitos consumidores contaram aos eletricistas ou retornavam às lojas para informar que suas contas de luz haviam reduzido de valor após instalação do novo dispositivo. (?!) A desconfiança logo pairou sobre o Derivador. Meses depois, por consequência, João Carlos descobriu que os conectores que havia no mercado não tinham o mesmo padrão de eficiência do Derivador. Então, novamente, reuniu forças para fazer mais um produto diferenciado. Em abril de 2004 lançou o Conector DERSEHN, aceito imediatamente pelos profissionais da área.

Hoje, muitos chamam João Carlos de “Seu DERSEHN”, uma forma amistosa de tratamento em virtude dos inventos produzidos. A marca DERSEHN surgiu em função da expressão “Derivador do Sehn”. Um dos casos de eficiência energética gerou até matéria, na Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, nº 233, de junho de 2008, página 18. Um empresário de Pelotas narra o que aconteceu com os seus dois estabelecimentos comerciais. Conta que ficou surpreso quando as contas de luz chegaram após instalação dos Conectores DERSEHN. Na loja, a conta de luz caiu de R$ 3.000,00 para R$ 2.200,00 mensais, e no hotel, de R$ 1.600,00 para R$ 1.200,00.

O conector unipolar Dersehn é fruto de um projeto financiado pela FINEP, por meio do PAPPE (Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas) no Rio Grande do Sul. A inovação é um pequeno conector de plástico com bornes móveis (peças de metal onde são ligadas as pontas dos fios), usado para substituir emendas mal feitas em fios e cabos em geral, ajudando a reduzir a fuga de energia elétrica que normalmente ocorre nesses casos. Ele é o primeiro no Brasil a obter certificação reconhecida pelo Inmetro.
Em alguns casos na cidade de Pelotas (RS), onde fica a Dersehn, o sucesso na redução do consumo de energia foi tanto que a companhia de energia elétrica do RS (CEEE) chegou a investigar algumas empresas, desconfiando de alguma irregularidade nas instalações. Uma padaria industrial da cidade teve uma redução de 52% no consumo de energia em dois meses, após a instalação dos conectores sem emendas na sua rede elétrica. Em outros locais, a economia chegou a 62%. João Carlos Sehn, proprietário da Dersehn, afirma que “quando se fazem produtos bons e inovadores, que despertem interesse do consumidor para sanar dificuldades, o mercado com certeza mostra-se receptivo”. A empresa já havia produzido outro produto inovador de sucesso, o Derivador  DA-10, um conector múltiplo que também evita emendas – classificado como invenção pelo INPI em 2003.
Fundada em 2002, a Dersehn é uma empresa familiar, incubada na PUC de Pelotas, e conta também com apoio do SEBRAE/RS e da FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul). O total do financiamento do PAPPE/FINEP foi de R$ 200 mil. O PAPPE é uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, realizada pela FINEP em parceria com as Fundações de Amparo à Pesquisa estaduais, que busca financiar atividades de pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos inovadores empreendidos por pesquisadores que atuem diretamente ou em cooperação com empresas de base tecnológica.
João Carlos Dersehn nasceu em 1955, em Porto Alegre. O inventor é graduado em economia pela Universidade Católica de Pelotas em 1979 narra sua história como inventor “eu tinha muita esperança de passar nos concursos públicos que adviriam a partir daquele instante. E foi o que aconteceu. Assumi na Caixa Econômica Federal em fevereiro de 1980 e pedi demissão do dia 01 de outubro de 2001 com o propósito de progredir no desenvolvimento do meu invento, o Derivador de energia. O período de trabalho na Caixa foi de 18 anos e 10 meses. Sou casado e tenho três filhos. Meu primeiro emprego foi num supermercado, como empacotador. Depois trabalhei no escritório das Casas Pernambucanas. Naquela época eu estudava à noite e frequentava o curso Técnico em Contabilidade (2º grau). Fui indicado por um professor para trabalhar numa empresa maior, a Bertoldi Becker. Como era muito bom na datilografia, um cliente da Bertoldi me indicou a uma seguradora, a Companhia Mauá de Seguros. Nesse período já demonstrava excelência em cálculos. Passei no vestibular para economia e quando estava na metade do curso fui descoberto pelo Secretário de Finanças da Prefeitura de Pelotas. O convite era para chefiar o setor da folha de pagamento do município porque desconfiavam que lá houvesse um núcleo de irregularidades. Descobri diárias com 8 dias na semana, subalterno com salário de chefia, horas extras calculadas com valores exorbitantes, político incluso em folha de pagamento de escola e assim por diante, até o dia em que me chamaram para analisar com profundidade os contratos de financiamento que o município mantinha com alguns bancos. Quase todos os empréstimos foram renegociados.”
“Aí… Passei no concurso da Caixa. As primeiras atribuições foram exercidas no setor de processamento da Agência Pelotas. Passei por vários setores da empresa e no último era subgerente de empréstimos, tanto para pessoas físicas quanto para jurídicas. Foi quando desenvolvi duas fórmulas matemáticas complementares para o cálculo dos juros. Registrei-as no Cartório de Registros de Títulos e Documentos da nossa cidade. Os guardas achavam engraçado ver o público chegando à agência e perguntando pelo alemãozinho (eu). Um gerente novo, não sabendo ainda porque várias pessoas se postavam sentadas a frente da minha mesa, perguntou para uma cliente porque ela não se dirigia a outro funcionário. Aí a senhora respondeu: com ele o juro é mais barato (?!). Com a vontade que eu tinha de fabricar algo completamente novo, inusitado, mentalmente eu não era mais funcionário da Caixa. Eu não via a hora de me dedicar exclusivamente ao invento. Hoje, muitas pessoas já me agradeceram pelos resultados alcançados nas suas contas de luz. Muitas nem conhecia. Acho que, financeiramente falando, até poderia estar melhor na Caixa, numa função um pouco superior, mas com certeza não seria um homem realizado. E o que dizer sobre a descoberta de que há fuga de energia nas instalações? Por isso valeu a pena inovar. Sempre vale.”

Fonte: http://www.dersehn.com.br/site/index.php?secao=premios 
http://www.nei.com.br/lancamentos/lancamento.aspx?i=7849 
http://www.finep.gov.br/imprensa/noticia.asp?cod_noticia=1472 
acesso em novembro de 2009 
Agradeço ao inventor João Carlos Sehn ([email protected]) pelo envio de informações e de sua foto em novembro de 2009 para composição desta página 
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