“Barragem Móvel”

Petrônio Costa Gama desenvolveu uma barragem móvel para canais, que se trata de uma bolha formada de uma lona impermeável colocada no fundo do canal e laterais, na baixa-mar, presa por pinos e nas extremidades, as barras metálicas mantém a permanência da mesma até que o canal fique cheio, quando são içadas por catracas presas nas treliças, formando a bolha que represa toda a água da montante.

A invenção hoje pertence a PR Participações Ltda., que tem contrato de exploração exclusiva, registrado no INPI com a Hidromax Construções Ltda. que atua junto as Prefeituras de Recife e Aracaju, provocando 64 empregos diretos. O sistema foi implantado inicialmente em Recife em junho de 2000 para limpar o canal do Setúbal em Boa Viagem no Recife. Os resultados foram surpreendentes tanto na praticidade quanto na economia para o município. A invenção surgiu da observação da dificuldade que os municípios têm em manter os sistemas de macrodrenagem em condições satisfatórias e em se realizar a limpeza de canais urbanos de drenagem, máquinas caminhões, calçadas e canteiros destruídos. Muita lama na rua era o que se via nas intervenções que também perturbavam o trânsito. Com a invenção a ideia é manter os canais sempre limpos, através de autolimpeza preventiva, evitando os transtornos citados. O sistema represa e libera as águas dos canais o que permite o arrasto de toda a sujeira do canal para um ponto pré-determinado onde a mesma é recolhida de forma concentrada com o auxílio de uma rede. O sistema, que pode ser deslocado facilmente para outros canais, foi dimensionado com o auxílio da equipe do laboratório de hidráulica da UFPE. Segundo Petrônio: “Nossos principais clientes são os municípios, e sentimos que os dirigentes querem adotar o processo, reconhecem as vantagens funcionais e financeiras, mas tem dificuldade em lidar com a inexigibilidade. A cultura de valorizar nossas patentes precisa ser trabalhada com mais ênfase”.

 

O Recife, situado na confluência de vários rios, com baixa altitude relativa ao nível do mar e pluviometria, possui extensa rede de canais, cerca de 100 quilômetros, que atravessam o seu território em várias direções e exigem um cuidado muito especial da população e da administração pública. Mantê-los fluindo para assegurar uma drenagem perene sem o risco de obstruções danosas à saúde e prejudiciais ao tráfego, é uma tarefa complexa que exige muito trabalho e um eficiente e detalhado planejamento. A cidade possui registrados 67 canais que vazam para as cinco bacias de concentração. São elas: Bacia do Rio Capibaribe (mais extensa), Rio Tejipió, Rio Jordão, Rio Jiquiá e Rio Beberibe (possui o canal mais longo – Vasco da Gama/Peixinhos, cuja extensão mede 8 quilômetros). O sistema de macrodrenagem é constituído de canaletas e galerias, que coletam as águas pluviais e conduzem aos rios e canais, possuindo aproximadamente 700 km de extensão.

A manutenção dos canais é realizada, com a periodicidade anual, manualmente ou mecanicamente (quando é permitido o acesso dos equipamentos) com o emprego de retroescavadeiras em canais de pequenas secções e escavadeiras hidráulicas ou drag-line nos canais de maior largura. Os detritos recolhidos são transportados para o Aterro Sanitário da Muribeca. As ações de limpeza dos canais têm também o objetivo de evitar que os transbordamentos causados pelas obstruções alterem a rotina da cidade. Sob esse aspecto o Recife ganhou uma solução definitiva no trecho cortado pelo Canal Derby-Tacaruna, duas comportas que vão evitar o transbordamento nas imediações do Parque Amorim, facilitando o trânsito na Avenida Agamenon Magalhães, que é um dos mais estratégicos corredores de tráfego da capital. A limpeza das canaletas e galerias são manuais, com a desobstrução das caixas coletoras e dos tubos que compõem o sistema de drenagem. Atualmente, está sendo testada a limpeza mecânica das galerias, utilizando-se bombas de alta pressão que farão o hidro jateamento e a remoção de entulhos pela técnica do vácuo-compressor. Com a nova tecnologia, os serviços avançarão mais rapidamente e com mais eficiência, sem necessidade do contato humano com as galerias.

A EMLURB (Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife) adotou a nova tecnologia para limpeza de canais: a Barragem Móvel. As vantagens da nova tecnologia é a utilização de técnica apurada e eficiente, possibilidade de aplicação preventiva, ausência de transtornos viários e de danos a passeios e canteiros e a revitalização de bueiros e galerias através da sucção gerada. Trata-se de uma bolha formada por uma lona impermeável colocada no fundo do canal e laterais, na baixa-mar, presa por pinos nas extremidades. As barras metálicas mantém a permanência da lona até que o canal fique cheio, quando são içadas por catracas presas nas treliças, formando a bolha que represa toda a água da montante.

De acordo com o engenheiro, a maior dificuldade para a limpeza dos canais é a remoção do lodo acumulado na base que diminui a calha, provoca assoreamento e faz com que as águas subam a níveis mais altos e provoquem transbordamentos com qualquer chuva ou mesmo com um fluxo maior de água. No processo são utilizadas duas treliças metálicas, um sistema de içamento com cabos de aço e uma bomba de recalque, operados por oito homens. Durante a maré baixa, as extremidades da lona, que estão fixas nas treliças, são baixadas para que ela assente no fundo do canal, onde permanece até que a água atinja seu nível máximo. À medida que o nível da água volta a baixar, a lona passa a desempenhar o papel de barragem. O sistema impede o fluxo natural do canal com o volume de água retido na lona. Segundo Costa, Essa operação dura cerca de seis horas. Quando a água represada é liberada (com a soltura da lona) há um aumento de velocidade suficiente para dissolver toda a lama acumulada no leito. “No processo, o que limpa é a própria água represada, que proporciona a desobstrução do canal na foz”, diz o engenheiro. Segundo ele, a quantidade de locais necessária para a repetição do processo em cada canal será determina pela sua extensão. No Derby-Tacaruna, por exemplo, a previsão é que seja necessário realizar o processo cerca de 20 vezes em seis locais diferentes, até o final do prazo de seis meses. O sistema deve funcionar pelo menos duas vezes por dia, na alta de maré.

 

Fonte:

http://www.recife.pe.gov.br/2007/07/17/mat_145060.php

http://www.pernambuco.com/diario/2001/09/23/urbana6_0.html

http://www.hidromax.net/

Acesso em junho de 2008

Agradeço ao INPI/FINEP pelo envio de informações em junho de 2008 para composição desta página

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